Homenagem a Machado de Assis

Machado de Assis, Homenagem ao seu centenário de morte.

Resumo Biográfico
1839
Joaquim Maria Machado de Assis nasce no Rio de Janeiro a 21 de junho.
1855
Publica seu primeiro trabalho, a poesia "A palmeira", na Marmota Fluminense.
1858
Começa intensa colaboração em vários jornais e revistas que, com algumas interrupções breves, manterá pela vida toda.
1864
Publica seu primeiro livro: "Crisálidas" (poesias).
1867
É nomeado para o cargo de ajudante do diretor do Diário Oficial.
1869
Casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais.
1873
É normeado primeiro-oficial da Secretaria do Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.
1878/9
Passa uma temporada em Friburgo, por motivo de doença.
1881
Oficial do Gabinete de Pedro Luís, ministro da Agricultura.
1888
Oficial da Ordem da Rosa, por decreto do Imperador.
1889
Diretor da Diretoria do Comércio.
1897
É eleito presidente da Academia Brasileira de Letras, fundada no ano anterior.
1904
Membro correspondente da Academia das Ciências, de Liboa. Morre sua mulher , Carolina.
1908
Licença para tratamento de saúde (junho).
Morre no Rio de Janeiro, a 29 de setembro.

Algumas Obras do Autor

Poesia
Crisálidas (1864); Falenas (1870); Americanas (1875);
Poesias completas (incluindo Ocidentais) (1901)

Romance
Ressurreição (1872); a mão e aluva (1874); Helena (1876);
Iaiá Garcia (1878); Memórias póstumas de Brás Cubas (1881);
Quincas Borba (1891); Dom Casmurro (1899);
Esaú e Jacó (1904); Memorial de Aires (1908)

Conto
Contos fluminenses (1870); Histórias da meia-noite(1873);
Papéis avulsos(1882); Histórias sem data (1862);
Várias histórias (1896); Páginas recolhidas (1899);
Relíquias de casa velha (1906)

Teatro
Queda que as mulheres têm para os tolos (1861);
Desencantos (1861); Hoje avental, amanhã luva(1861);
O caminho da porta (1862); O protocolo (1862); Quase ministro (1863)
Os deuses de casaca (1865); Tu, só tu, puro amor (1881);
Teatro coligido (incluindo Não consultes médico e Lição de botânica) (1910)

Algumas obras póstumas
Crítica (1910); Outras relíquias (contos)(1921);
A semana (crônica) (1914,1937) - 3 vol.; Páginas escolhidas (contos) (1921);
Novas relíquias (contos) (1932); Crônicas (1937); Contos fluminenses - 2º vol. (1937);
Crítica literária (1937); Crítica teatral (1937); Histórias românticas (1937);
Páginas esquecidas (1939); Casa velha (1944); Diálogos e reflexões de um relojoeiro (1956);
Crônicas de Lélio (1958).

Sabedoria do autor - (Reflexões retiradas das obras do autor)

Beleza
"A beleza é como a bravura; vale mais se não a metem à cara dos outros". (Helena, p.53)
"Só a beleza intelectual é independente e superior. A beleza física é irmã da paisagem".
(Contos/ Uma Antologia, p.134)

Dever
"Entre a herança e o dever, dizia ela, escolho o que é honesto, justo e natural".( A semana, p. 234)

Exame de Consciência
"O povo precisa fazer anualmente o seu exame de consciência: é o que os jornais nos dão a título de retrospecto".(A Semana,p.177)

Extremos
"Que há entre a vida e a morte? Uma curta ponte".(M.P. de Brás Cubas,p.149)

Banal
"Ma o que não é banal debaixo do sol, desde o amor até o empréstimo?" (A Semana,p.263)

Forte
"A vontade e a ambição, quando verdadeiramente dominam, podem lutar com outros sentimentos, mas hão de sempre vencer, porque elas são as armas do forte, e a vitória é dos fortes".(A mão e a luva,p.142)

Futuro
"O futuro está nos joelhos dos deuses".(A Semana,p.161)
"O presente que se ignora vale o futuro". (Contos/Uma Antologia,p.263)

Cópia
"O nosso erro é crer que inventamos, quando continuamos, ou simplesmente te copiamos".
(A Semana,p.192)

Coração
"O coração não se pode dominar, nem há meio de impor-lhe um sentimento". ( A Mão e a Luva,p.154)
"O coração não é só berço e túmulo, é também hospital".(Contos/Uma Antologia,p.513)
"Não precisa pôr escritos no coração; conheço um bom inquilino". (Quincas Borba,p.191)
"Não me dirá o que é o coração humano? Um logogrifo. Mistério!"(Obras Completas,p.247)
"O coração é um mar, sujeito à influência da lua e dos ventos". (Obras Completas,p.248)

Caridade
" A caridade não é um efeito, é uma causa". (A Semana,p.233)

Crer
"Há, repetimos, coisas na vida que é mais acertado crer que desmintir; e quem não puder crer, que se cale".
(A Semana,p.83)

Deus
"O Deus de que te falo, não é só essa sublime necessidade do espírito, que apenas contenta alguns filósofos; falo-te do Deus criador e remunerador, do Deus que lê no fundo de nossas consciências, que nos deu a vida, que nos há de dar a morte, e, além da morte, o prêmio ou o castigo". (Helena,p.115)

Dinheiro

"Tem razão; o dinheiro compra tudo, inclusive os bons vinhos". (Ressurreição,p.19)
" E dizia-me: - Escuta, nem divinizar o dinheiro, nem também bani-lo; não vamos crer que ele da tudo, mas reconheçamos que dá alguma coisa e até muita coisa, - esse relógio, por exemplo".
(Contos/Uma Antologia,V.2,p.347)

Adoslecência
"Está naquela idade inquieta e duvidosa,
Que não é dia claro e é já o alvorecer;
Entreaberto botão, entrefechada rosa,
Um pouco de menina e um pouco de mulher".(Obra Completa,p.209)

Livro
" Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tua amas a narração
direita e nutrida, o estilo regular e fluentes, e este livro e o meu estilo sao como os ébrios, guinam à deireita, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem..."
(M.P. de Brás Cubas,p.102)

Literatura

"Tratemos das três formas literárias essenciais: o romance, o drama e a poesia. Ninguém que for imparcial afirmará a existência das duas primeiras entre nós; pelo menos, a existência animada, a exitência que vive, a existência que se desenvolve fecunda e progressiva. Raros, bem raros, se têm dado ao estudo de uma forma tão importante como o romance; apesar mesmo da convivência perniciosa com os romances franceses, que discute, aplaude e endeusa a nossa mocidade, tão pouco escrupulosa de ferir as susceptibilidades nacionais". (Obra Completa,v.3,p.788)
"O romance brasileiro recomenda-se especialmente pelos toques do sentimento, quadros da natureza e de costumes, e certa viveza de estilo mui adequada ao espírito do nosso povo". (Obra Completa,v.3,p.805)
"Mas após o Fiat político, devia vir o Fiat literário, a emancipação do mundo intelectual, vacilante sob a ação influente de uma literatura ultramarina. Mas como? É mais fácil regenerar uma nação, que um literatura. Para esta não há gritos de Ipiranga, as modificações operam-se vagarosamente; e não se chega em um só momento a um resultado".(Obra Completa,v.3,p.787)
Leitura
"Deus é velho, e é a melhor leitura que há".(Obra Completa,p.1012)

Leitor
" O leitor atento, verdadeiramente ruminante, tem quatro estômagos no cérebro, e por eles faz passar e repassar os atos e os fatos, até que deduz a verdade, que estava, ou parecia estar escondido".
( Esaú e Jacó,p.128)

Referência Bibliográfica

Fonte: Canuto, Angela. Machado de Assis: memórias de um frasista.2.ed.São Paulo, Lemos Editorial,2002.

Você pode saber mais sobre o autor acessando o site www.wikipedia.org/wiki/machadodeassis ou fazer dowload de algumas obras do autor no site www.dominiopublico.gov.br